Uma homenagem ao Profº Dr. Antonio Carlos Carvalho

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Em cerimônia no primeiro dia do Congresso SOLACI-SBHCI, 8 de junho, Antônio Carlos Carvalho, professor titular da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e chefe da Disciplina de Cardiologia da UNIFESP, recebeu merecida homenagem. Foi a exibição de um vídeo contendo fotos memoráveis de sua trajetória. “Sua influência no meio acadêmico é marcante, assim como a carreira profissional é extremamente destacada”, ressalta Marcelo José de Carvalho Cantarelli, presidente da SBHCI.
A esposa de Carvalho, Teresa, com quem compartilha um casamento feliz e bem-sucedido de 42 anos, classifica a homenagem de emocionante. “Foi mais uma realização dele, e sempre participo dessas conquistas e glórias.”

TRAJETÓRIA
Carvalho concluiu sua graduação (1972) e residência médica (1973) pela Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), em Botucatu (SP). Nesse período, começou a demonstrar interesse pela Cardiologia. Seu professor, Paulo José Ferreira Tucci, então chefe da Cardiologia da UNESP, influenciou sua ida à Universidade da Califórnia (Estados Unidos) para encorpar sua formação, com cursos em Clínica Médica e Hemodinâmica. A livre-docência (1992), na UNIFESP, foi aprovada com nota máxima e teve como tema os estudos diagnósticos de aneurisma de veia aorta.
“Quando retornou ao Brasil, Tucci achou que Carvalho desenvolveria mais na capital paulista e o indicou para trabalhar na Escola Paulista de Medicina (EPM-UNIFESP), onde fez seu doutorado, em 1979, a respeito das enzimas cardíacas no infarto agudo do miocárdio, sob a orientação de Victor Schubsky. Ao mesmo tempo, começou a trabalhar com Enio Buffolo em cirurgia cardíaca, dividindo – se entre atividade docente e profissional”, revela Iran Gonçalves Júnior, médico responsável pela Unidade Coronária e Ponto – Socorro do Hospital São Paulo (UNIFESP).
Segundo Gonçalves Júnior, a EPM sempre praticou uma Cardiologia mais tradicional e Carvalho foi o responsável por implantar uma série de novidades no serviço, com a criação de diversos setores de subespecialidades, entre eles cardiopatias congênitas, cardiomiopatias e transplantes cardíacos. Desenvolveu atividades complementares à Cardiologia da EPM, como o Grupo Multidisciplinar Síndrome de Marfan e de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS), além de exercer muitos cargos de chefia na Disciplina. O Hospital São Paulo foi um dos pioneiros em transplante cardíaco no Brasil, em parte graças ao trabalho de Carvalho. “O professor criou a Casa do Cardiopata, cuja finalidade é atender pacientes que participam de trials e oferecer treinamento aos médicos residentes em diversas afecções. Ajudou a criar o Pronto-Socorro da Cardiologia, com suporte administrativo, e setores que não existiam antes, como a Cardiogeriatria e a Cardioncologia”, salienta Gonçalves Júnior.

ENSINO E PESQUISA

Carvalho inseriu o Brasil em grandes estudos internacionais dos quais o País não participava, e muitos deles definiram as condutas cardiológicas válidas na atualidade.
Foi um dos responsáveis pela incorporação da Cardiologia brasileira no cenário internacional, especialmente na Cardiologia americana (American College of Cardiology) e europeia (European Society of Cardiology), desde a década de 1990.
“Sempre atuou como fonte de estímulo para o complemento da formação médica fora do País a diversos cardiologistas, em áreas como hemodinâmica, ecocardiografia e ecocardiografia pediátrica e pesquisa clínica.
Clique aqui para assistir o vídeo

Encaminhou seus pupilos a treinamentos no exterior, além de orientar um grande número de alunos de pós-graduação e doutorado”, completa Gonçalves Júnior. Em suma, fomentou e desenvolveu profissionais em praticamente todas as áreas da Cardiologia, inclusive com participação direta na criação e no desenvolvimento de novas extensões.


CONQUISTAS

De maneira excepcional, Carvalho foi homenageado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), durante o 68o Congresso Brasileiro de Cardiologia, no Rio de Janeiro (RJ), em 2013, com o prêmio “Destaque Docente”.
Famoso por empenhar-se integralmente a seu trabalho na EPM, treina seus aprendizes
e depois repassa cargos importantes a eles, como foi o caso de Gonçalves Júnior. Sua mais recente e importante conquista foi a implantação da Rede de Infarto, em São Paulo, em parceria com a EPM e a Prefeitura Municipal, com a participação de 20 hospitais e prestação de atendimento a cerca de 1.200 pacientes nos últimos cinco anos. A iniciativa, primeira no País, resulta na diminuição da mortalidade e é modelo a ser adotado por outros estados

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